quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mulher Nota 2000 - Parte 2

Aqui estou. Quem sou Eu? Não sabe? Muito prazer, meu nome é Matilde Mendonça e essa é a segunda parte do Mulher Nota 2000.

Estive pensando em mudar para 3000. Acompanhem meu raciocínio. Um leitor, muito delicado, sugeriu um engano de minha parte - estaríamos no terceiro milênio? Sim, mas qual o sentido de estarmos em 2000 e isso significar milênio 3? A coisa toda não faz muito sentido, então, penso, que mudando o 2000 para 3 as coisas se encaixariam. Enfim, isso é discussão para final de obra, estamos ainda apenas começando.

Hoje vamos falar um pouco sobre um assunto muito especial, uma nova tendência: a mulher gaúcha e o crack. Vocês sabem que o crack, ou craque, em português, é a peste do momento, pelo menos aqui no Rio Grande, pois então, esse assunto é delicado.

A utilização da pedra do craque estaria ou não diretamente ligada à utilização do Vagisil, nas gaúchas? Algumas leitoras com certeza estão com a pulga atrás da orelha. Parece que, ao utilizar tal produto, a mucosa vaginal vai pro beleléu e o bicho pega, de verdade, assim como no reality A Fazenda. A mucosa vaginal, como vocês sabem, está diretamente relacionada à vagina em si, o que é bastante relacionado ao ato sexual (também) em si. Ou seja, o gaúcho está perdendo o desejo de chupar a parceira.

As estáticas são alarmantes. Em cada cinco mulheres que se lavam com o Vagisil apenas uma mantém a rotina sexual em dia - aparentemente aquelas que não são adeptas à pratica oral. Essa desestruturação da relação sexual acarreta na destruição emocional da mulher gaúcha que, sem sexo, acaba recorrendo ao craque.

A situação é muito delicada. Como é possível a Mulher do Terceiro Milênio, que seja, conseguir pagar as contas e alimentar os cães estando chapada de craque? É mesmo uma situação bastante delicada e a solução é mais complicada do que pode parecer. A Mulher (Gaúcha) do Terceiro Milênio precisa se conscientizar.

Então, mulheres (Gaúchas), quando estiverem curtindo uma festa com os amigos e lhe oferecerem a pedra, já sabem:

Vagisil, Tô Fora!

domingo, 26 de julho de 2009

Mulher Nota 2000 - Parte 1

Meu nome é Matilde Mendonça e eu tenho 46 anos. Casada? Muito bem, obrigada. Mãe? Sim, senhor. Profissão? Sou escritora, faço diversas palestras e escrevo para jornais de todo o país.

Pareço normal? Não se engane - somos especiais.

Ser mulher é complicado... Queríamos direitos iguais? É, eu sei, agora dá saudade de pilotar o fogão, agora a gente trabalha, a gente vota, a gente fala. Mas continuamos sendo mães, donas de casa, vizinhas e muitas outras coisas, assim como nossas antepassadas. A mulher moderna sofre.

A mulher moderna quer um tempinho com o bofe mas não, ela precisa publicar sua coluna semanal e, ainda por cima, descobrir por que o filho parece tão descuidado; já é a terceira garota que ele engravida!

Eu vou estar aqui, sempre que possível, simplesmente porque eu sou uma mulher. Sou mulher agora, hoje. Sou a Mulher do Segundo Milênio. Posso não ser a Mulher-Melancia, mas o importante é cuidar da mente, leitora - pense nisso.

Como seguir prazos de trabalho, viajar, lavar o banheiro, conversar com os filhos, fazer amor com o maridão, ler muitos livros e assistir a muitos filmes e sair com as amigas e fazer ioga, malabares, pompoarismo e ainda conseguir dar aquela caroninha para o filhão? E o mais importante, como fazer tudo isso e ser perfeita?

Não somos perfeitas. Mas somos Mulheres Nota 2000.

PB

Uma brise sutil. Pássaros de todos os tipos voam sorrindo, enquanto as crianças sentadas sobre a toalha xadrez abrem a cesta de palha e retiram sanduíches e frutas saudáveis, frescos. As formigas passeiam sobre a terra, amigáveis. Silêncio.

Ainda falta colorir. Tem verde, marrom, vermelho, azul... Tem preto. Cadê a tinta amarela? Sente frio, é inverno rigoroso e a baixa temperatura endurece um pouco seus dedos. Precisa da touca de lã para que o traço saia firme. Encontra a bisnaga amarela.

Na pele as crianças podem sentir o sol queimando. Um queimar suave e leve, sem câncer e sem dor.