domingo, 11 de janeiro de 2009

Encoberto

Quando queria vê-la, baixava o rosto e fechava os olhos. Nem era preciso muita concentração, a imagem logo viria, em poucos segundos.

Uma tarde leve, clara e as janelas abertas. Tomavam sorvete feito crianças lambuzadas.

Quando queria ouvi-la, tampava os ouvidos com algodões. Nem era preciso passar poucos segundos, o som logo viria.

A noite silenciosa, quente e as janelas abertas. Um feixe de luz sobre os seios e a respiração, ao dormir, suave.

Quando queria tocá-la visitava uma casa escura e silenciosa, ainda que de janelas abertas, deitava sobre a cama clara, recebia a mulher leve, tapava olhos, ouvidos e também o nariz. Usava luvas, feito criança evitando a lambança.

Por poucos segundos, sentia.

Em seguida abria os olhos, desentupia os ouvidos, perdia as luvas e nu, antes de deitar-se só, fechava as janelas.

2 comentários:

Moisés Westphalen disse...

Stephanie, volte a comentar! Espero que tenha escrito o nome corretamente.

Rachel Weber disse...

adorei teu blog! mesmo!!! ;)