quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ululante

Ele ocupava um espaço além do esperado. Por anos, muitos anos.

- Baleia assassina!

As crianças bradavam.

Decidiu mudar - uma dieta. Uma considerável redução de calorias acompanhada de uma reeducação alimentar. Alface e outras porcarias seriam, enfim, parte de seu cotidiano.

Segundo. Exercício físico. Sangue, suor e lágrimas. Um esforço descomunal e a espera pelo, supostamente, inevitável.

Sim, ela viria, ele pensava. Sim, ela virá. Ele esperou, caminhou, esperou, correu, esperou, marcha atlética, esperou, futebol, esperou, natação, esperou a chegada dela, arremesso de anões.

Meses depois, frustração completa: vinte quilos a menos. E nenhum segundo de prazer, de euforia, de bom humor. Caminhar, correr, jogar e arremessar - chato - nada mais. Apenas chato.

E assim ele, provavelmente genial, descobriu o óbvio. A endorfina não existe.

Nenhum comentário: